quinta-feira, 22 de abril de 2021

Urgências

Com o passar da semana o desejo de que se mostre o por do sol de sexta-feira cresce na proporção inversa do tempo que lhe falta. No inicio do mês, o desejo de que chegue ao fim veste-se da mesma densidade. Em janeiro programo março, setembro e dezembro com a mesma ilusão de um cego que faz um desenho em tela desconhecida.

Vivo uma especie de pressa da vida independente do lugar ou da forma. Na urgêndia que o tempo passe identifico a ânsia de ser velha. Ao escrever surpreendo-me com as semelhanças fonéticas das palavras ânsia e anciã. Talvez eu já seja mesmo muito velha e apenas deseje chegar ao lugar a que pertenço. Talvez esta sede seja apenas a vontade de me encontrar. Nessa altura poderei descansar do desejo que os dias passem, terei alcançado a calma de viver e entrado no ritmo confortável da espera. Sem pressas. Sem expetativas. 

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