segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Terra

Hoje foi o dia das minhas árvores conhecerem o seu novo chão.

A Tília, o Castanheiro da Índia, o Ginkgo biloba, o Carvalho, uma outra árvore da qual não me lembro o nome, ganharam chão, consigam elas adaptar-se ao tempo e ao espaço. Sim, porque para mudanças não é só preciso ter vontade é preciso que vários factores se conjuguem...
Desejo muito que elas ganhem esta roleta das probabilidades e sejam felizes na sua nova terra.
Nem tudo correu como o programado, por exemplo, a mangueira ficou ainda em vaso, protegida, esperando mais resistência ao clima da Beira Baixa, ou pior algumas das mudas encomendas o ano passado não resistiram para se poderem acomodar a novos ventos.
Durante muitos anos nesta altura os meus pais visitavam dois cemitérios e honravam os seus pais, e nossos avós, enquanto eu e os meus irmãos ficávamos em casa a aproveitar a autonomia de adolescentes.
Este ano em honra dos meus mortos passo o dia de mãos na terra a afundar raízes, pois acredito de alguma forma as raizes se tocarão e insprarão os corpos a crescerem em direção à luz.

Ligo a terra ao céu antes de uma grande viagem. Deixo as árvores crescerem sozinhas enquanto eu viajo da mesma maneira.
No fundo queremos o mesmo, voar e chegar mais fundo... Que seja uma bela e óptima viagem para nós, queridas árvores.
Se tudo nos correr bem hei-de-me sentar à vossa sombra, agradecendo aos vivos e aos mortos o chão, a história e o tempo que nos faz maiores todos os dias.





25 de abril! Sempre!

Uma amiga que vai descer a avenida da Liberdade daqui a pouco e não é de missas, convidou-me para uma missa. Encontrando um padre amigo numa...