quarta-feira, 21 de abril de 2021

Brindemos

Ontem esperei por ti, mas não vieste.

Hoje voltei a pentear o cabelo, vesti a roupa de casa e sorri para o espelho ao colocar o perfume. Tirei só um copo, coloquei gelo, limão e o zimbro que trago na mala a cada viagem. O zimbro faz bem aos rins, sabias? Abri uma garrafa de gin de uma microdestilaria hipster da moda noutro continente.

Sentei-me no sofá sem pressa. Ouvi os carros a passar na rua, a cidade a acalmar no fim de um dia de semana em tempo de ramadão. Os pássaros também se preparam para a refeição que nutrirá a noite. As luzes vão diminuindo ao mesmo ritmo do barulho resultante da presença humana. Outros sons se mostram ao dourar da hora. O jejum leva as pessoas mais cedo para casa, o ritual de o quebrar é vivido em conjunto e desejado por todos.
Para mim não é, nem ramadão nem quaresma, e também eu quebro o meu jejum desta maneira, à minha maneira. Sem pressas... E acompanhada. Afinal vieste, ou sempre estiveste aqui, ontem é que não te vi. Brindemos.

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