Às três da manhã descanso numa paragem de autocarro, não esperando o dito, mas aguardando que as forças voltem para me por ao caminho.
Às vezes faz sentido parecer que esperamos uma coisa quando de facto sabemos que o caminho depende de nós e nós o vamos fazer segundo os nossos tempos e vontades (ou será melhor dizer possibilidades).
A este hora o relógio diz-me que já tenho cumprido o objectivo diário de passos, já ri desmedidamente da vida como se a vida não tivesse medida, já olhei o rio e invoquei todos aqueles que nele se aventuraram ao longo dos séculos incluindo os meus avós e os tios, que sem nunca o terem visto antes, aceitaram entrar num barco em direção a uma vida melhor. Seja África ou Américas o destino entre os anos quarenta e sessenta do século passado era o mesmo... Hoje também.
O rio e o mar que se encontram por aqui confirmam-me este "navegar à bolina" em que tantas vezes me sinto.
Não espero o autocarro, apenas vejo quem passa... E sei que o tempo é meu. Posso sair daqui quando quiser, como quiser. Posso ficar aqui a noite inteira. Basta chegar quem não me interessa e identificar isso pela conversa, que eu, sem levantar o olhar dos meus pensamentos, ergo-me e sigo com foco o meu caminho.
Um armazém ao serviço da curiosidade e da alegria... da curiosidade por tudo, da alegria por encontrar o que é meu ou aquilo que me espanta os sentidos. Um armazém da vida ou da parte dela que faz sentido partilhar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
25 de abril! Sempre!
Uma amiga que vai descer a avenida da Liberdade daqui a pouco e não é de missas, convidou-me para uma missa. Encontrando um padre amigo numa...
-
Voltei a caminhar. Como gosto deste tempo em movimento. Gosto de olhar para os campos e identificar folhagem que será moldura de futuros gi...
-
Estava perto da nascente do rio, subira até lá à procura das alturas e das águas frescas. O jantar foi canja de pombo caçado na manhã daquel...
-
Muitas vezes me perguntam de onde sou. Não se responde a uma pergunta com outra pergunta, mas tantas vezes me apetece devolver com: Diz-me t...
E é tão bom...ter o nosso tempo! Um grande beijinho
ResponderEliminar