segunda-feira, 23 de julho de 2018

Janelas...


Da minha janela vêm-se outras janelas. Dou por mim a pensar o quanto gosto de janelas. Vejo uma mulher a vestir-se, vejo camas feitas e por fazer. Vejo que neste frenesim de alugar quartos no centro de Lisboa os chariots ganham espaços e dão espaço aos quartos pequenos habitados por gente bonita. Gente que não tem problemas em fechar janelas, gente que deixa que a luz e os olhares possam entrar em espaços que dantes eram muito mais íntimos. Gosto de janelas e de portas... Gosto portanto de construções, gosto do que se edifica e se abre ao mundo.
É mesmo a abertura do edificado que me encanta. Construir para a abertura desafia, interpela e cria relação. Uma relação sem palavras. Uma relação sem toque. Uma relação de luz e de olhar. É por isso que não fecho as minhas janelas. Deve ser por isso que acordo com a luz do dia e não sinto necessidade de estores na maior parte dos dias. Estes são os dias bons, os dias em que a luz entra sem barreiras e me ilumina os sonhos e os desejos de ver cada vez mais longe e mais claro onde quer que me construa.

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