Os meus actos de homenagem são solitários, secretos e individuais, como sou colecionadora de coisas, encontro nas coisas a forma de me ligar aos outros tanto vivos como mortos. Quando há uma festa de família por exemplo, sem que ninguém saiba levo comigo a última prenda que ele me enviou de Moçambique, quando a coloco sorrio e sei que vamos juntos para a festa.
Tenho vários objectos assim, vários objectos para os quais sorrio e digo, sem que ninguém saiba: Vamos juntos! E são tantos os afectos que transporto nas viagens, nos caminhos, nas festas, que é quase impossível sentir-me sozinha.
Este é o desejo que tenho para todos os que na Beira (Moçambique) são vítimas das alterações climáticas, para todos os que ficaram sem chão e por todo o "futuro" que foi levado pelo vento. No imediato estas pessoas precisam de cuidados de saúde, precisam que a epidemias e as doenças como a malária e a cólera sejam controladas, precisam de ser vistos por profissionais especializados e habituados a situações de emergência. Eu e a minha família optámos por apoiar nesta fase da catástrofe os Médicos Sem Fronteiras e por isso hoje o presente de aniversário do meu tio vai para os profissionais especializados que em regime de voluntariado (remunerado), estão a trabalhar naquela região e que podem com a nossa ajuda fazer a diferença entre a vida e a morte.
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Os Médicos Sem Fronteiras têm um fundo de emergência para o Ciclone Idai e actuam na região, porque este não é só um problema de Moçambique, é também do Zimbabue e do Malawi. Escolho os MSF porque conheço o trabalho e pela transparência que nos comunicam. Sabemos que o nosso donativo há-se ser utilizado em 83% e que o remanescente é repartido em despesas de estrutura (5%) e de angariação de fundos (12%). Sabemos também que sem estrutura e sem fundos os trabalhos não podem ser executados.
Opto pelo site francês, porque ainda não está operacional o site português, e porque foi o mais simples de fazer o donativo directamente para o Fundo de Emergência do Ciclone Idai. Comecei pelo espanhol mas não consegui formalizar o donativo por causa do NIF e por isso passei ao país seguinte, como faço de carro. Optei pelo pagamento por cartão de crédito e depois de formalizada a transação recebi um agradecimento do presidente dos MSF.
Assim nós celebramos a vida e agradecemos a presença do meu tio António! Desejamos que as vítimas do Ciclone Idai resistam às águas e às doenças e que a saúde volte para que uma região inteira tenha a força de reconstruir o que o vento arrancou com violência. Nós também sabemos o que é isto. Que a força e a esperança nunca nos faltem.
Parabéns e obrigada Titó!
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