sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Andar...


Na calçada havia uma pegada desenhada no mosaico de pedra. Uma sola e um tacão largo de calcário preto.
Parei com a certeza que faltava o par. Um esquecimento na poética do espaço...
Olhei melhor e entendi "por dentro" que em movimento, os pés não andam lado a lado. Nunca num movimento paralelo. Equilibram-se sem se tocarem... Cruzam-se e não param, alternando a carga com confiança um no outro. Um exercício dinâmico de equilíbrio e foco. 
Sorri para a calçada a pensar que por aquela porta se entra com o pé direito e que efectivamente está tudo certo, e nada falta a quem caminha.
Segui para casa feliz, pé ante pé... para não acordar desta poesia urbana.

2 comentários:

  1. Caminhar...é assim!! Pé ante pé...sem que estes se choquem, para que o caminho se continue a fazer sem tropeços desnecessários! Afinal, o caminho faz-se, caminhando...

    ResponderEliminar

Arte de guerrilha que me faz sair do casulo.

Dei dois mil quinhentos e oitenta e nove passos até me sentar num café com nome inglês e pedir um “croissant” com queijo e um abatanado chei...