Neste caminho é frequente que desconhecidos me cumprimentem, pois também eu pareço uma ave rara naquele espaço. Mesmo se vou muito metida comigo imaginando histórias em rostos ou espaços desconhecidos, sigo segura ultrapassando todos os que seguem na mesma direcção que eu, não é raro ouvir um bom dia, ou um, como é que está?
Um destes dias, alguém encostado a uma parede, acompanhando a troca de passos rápidos e o anormal movimento acelerado, olha para mim e pergunta:
- Porquê tanta pressa?
Sorri sem abrandar e sem resposta. Aquela pergunta ficou-me a ressoar!
Porquê tanta pressa?
Não vou atrasada, mas sigo apressada.
A pergunta continua a fazer sentido colocar-se, até num domingo.
Porquê tanta pressa?
Antigas instalações do Banco Nacional da Guiné-Bissau (anos 70 do séc. XX)