domingo, 5 de fevereiro de 2017

Chimpanzés...

O som dos chimpanzés numa noite escura, em selva desconhecida, dá-lhes mais dois metros e uma agressividade inimaginável. 
A escuridão e o desconhecido dão ao som a dimensão dos nossos medos.
O mesmo som, com luz e a olhar para os chimpanzés a saltar de árvore em árvore, ganha contornos completamente diferentes e maravilhosamente doces.
A realidade não depende da realidade....

Avançar na escuridão no Mato de Lautende, para encontrar um sítio seguro onde possamos esperar sentados que a noite se vá deitar. Ver nascer o dia ao som de insectos e de barulhentos pássaros viajantes. Ser apresentada a Coopeaferasalicundas, Albizias, Pau de Veludo ou Poilões gigantes. E depois sentir os belos chimpanzés acordarem, fazerem chichi e cocó, saltarem para as árvores, comerem mamp'tass, arreliarem os colombos e moverem-se com graça perante as diferentes flexibilidades das árvores e palmeiras que lhes servem de ninho, alimento e diversão. 
Estar inteiros na dimensão do respeito (e da distância) que nos faz espectadores de uma mágica realidade, que não é nossa, e onde não devemos intervir. Só estar com (e em) todos os sentidos.



@Nacho Morales (Nadju)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Arte de guerrilha que me faz sair do casulo.

Dei dois mil quinhentos e oitenta e nove passos até me sentar num café com nome inglês e pedir um “croissant” com queijo e um abatanado chei...